AO DIA DO ESCRITOR

 

AO DIA DO ESCRITOR

Houve um tempo em que os livros eram me quase inatingíveis. Mas eu os amava e de alguma forma conseguia fazê-los chegar a mim. Quando acontecia, eu os tocava como se fossem objetos mágicos. E eles os eram.

Os escritores, eu também os tinha tão distantes que até os imaginava inexistentes. Em minha imaginação, eles não eram pessoas, e sim algum tipo de entidade.  Machado de Assis e José de Alencar – aqueles senhores barbudos – estavam no topo daqueles criadores. Mas, como disse, não eram pessoas reais, jamais seriam vistos em situações típicas de um humano comum, jamais teriam seu caminho cruzado por um ser humano comum. Por mim, principalmente.

Numa de suas crônicas, a escritora Socorro Acioli afirma: “Quem cria brinca de ser Deus e precisa praticar a consciência da onipresença no seu mundo ficcional”.

E como eu adorava aqueles inatingíveis seres criadores de histórias. Para mim, não havia nada mais incrível que aquela capacidade de criar enredos, lugares, pessoas e lendas capazes de alimentar a nossa imaginação e até de transformar a vida de seus leitores. Os escritores criavam personagens e mundos que eu sonhava um dia conhecer. Ou não.

Hoje, não mais entendo os escritores como entidades ou seres inatingíveis, mas são no mínimo especiais, pois dominam a capacidade de encantar o mundo e até de criar outros mundos.

Quero no Dia do Escritor, homenagear aqueles que criaram mundos pelos quais viajei e de alguma forma mudaram o meu mundo.  Minha homenagem aos clássicos, a Gabriel Garcia Márquez, Murilo Rubião, Vinícius, Drummond, a Manuel Bandeira, a Moreira Campos e a todos os meus amigos escritores. Minha homenagem a todos os que escrevem histórias e, nesse ofício, brincam de ser Deus.


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